Alento � constru��o civil
Estudo da FGV Projetos estima que o setor imobili�rio crescer� entre 7,9% e 9,3% em 2007, contra os 4,6% apurados em 2006. Justificam as proje��es as informa��es apuradas sobre a recupera��o da constru��o civil, cujos efeitos positivos se refletem em setores direta ou indiretamente ligados � moradia, como os de materiais de constru��o, m�veis e eletrodom�sticos.
Entre 1995 e 2005, observa o economista Fernando Garcia, da FGV, o PIB cresceu, em m�dia, 2,38% ao ano e a participa��o da constru��o civil foi de 0,2 ponto porcentual - �ndice que a partir deste ano dever� triplicar, atingindo 0,6 ponto porcentual, semelhante ao que foi observado entre 1975 e 1985 e compat�vel com o de outros pa�ses emergentes, como a Cor�ia.
Al�m de estimular as transa��es com terrenos para edifica��o, as atividades de escrit�rios de arquitetura e projetos, empresas de comercializa��o e, principalmente, as contrata��es de oper�rios num segmento de m�o-de-obra intensiva, as incorpora��es imobili�rias demandam materiais em grande escala.
As vendas de vergalh�es, insumo b�sico para a constru��o, avan�aram 9,3% entre os primeiros semestres de 2006 e 2007. O consumo aparente de cimento cresceu 15,1% no per�odo de janeiro a julho de 2007, em rela��o aos mesmos meses de 2006. Nesta mesma base de compara��o, o faturamento total da ind�stria de material de constru��o cresceu 7,5% e o emprego, 7%.
Outro estudo da FGV, encomendado por uma associa��o de classe, mostrou o impacto positivo da redu��o do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em dezenas de itens de materiais de constru��o, estimada em mais de R$ 500 milh�es, valor que acaba retornando aos cofres p�blicos em decorr�ncia do aumento da atividade, ou seja, da incid�ncia de um tributo com al�quota menor sobre um volume muito maior de bens comercializados.
Ao mesmo tempo, a oferta de cr�dito imobili�rio alcan�a n�veis pr�ximos aos do in�cio dos anos 80, quando mais de 200 mil im�veis eram financiados por ano pelo Sistema Brasileiro de Poupan�a e Empr�stimo (SBPE), que capta recursos via cadernetas de poupan�a.
Em 2007, at� agosto, 117 mil unidades foram financiadas pelo SBPE. Mantido o ritmo mensal de 17 mil a 18 mil unidades financiadas, que foi o do �ltimo bimestre, os financiamentos deste ano poder�o superar a casa dos 185 mil, n�mero inferior apenas aos do tri�nio 1980/1982. Para isso n�o faltam recursos, pois a capta��o l�quida via cadernetas atingiu R$ 11 bilh�es nos primeiros oito meses do ano. Nos �ltimos 12 meses, at� agosto, o saldo dos dep�sitos de poupan�a aumentou R$ 33 bilh�es, 24,5% acima dos 12 meses anteriores.
O fortalecimento do mercado imobili�rio produz efeito positivo sobre fabricantes de m�veis, geladeiras e fog�es, que registram taxas de crescimento anual elevadas, entre 10% e 30%. A ind�stria de mobili�rio, em especial, est� reagindo depois de ter sido fortemente atingida pelo crescimento das importa��es, estimuladas pela desvaloriza��o do d�lar. E, a partir deste ano, uma pr�tica comum em mercados imobili�rios desenvolvidos est� chegando ao Pa�s: mediante acordos feitos antes da conclus�o do im�vel entre construtoras e fornecedores de arm�rios embutidos e equipamentos b�sicos, � poss�vel a entrega de unidades semimobiliadas, quase prontas para serem habitadas.
A expans�o do setor imobili�rio deve-se ao aumento da renda das fam�lias, � diminui��o do desemprego e a um conjunto de medidas legais adotadas nos �ltimos anos, que reduziram os custos de transa��o, ampliaram a seguran�a jur�dica dos contratos de financiamento e diminu�ram a tributa��o incidente sobre as opera��es de compra e venda e os materiais de constru��o.
O crescimento da constru��o civil tem tudo para ser sustent�vel. Ainda que as condi��es macroecon�micas viessem a se tornar menos favor�veis, o n�vel de endividamento com habita��o das fam�lias � moderado e o governo tem espa�o para estimular a oferta de cr�dito, favorecendo, por exemplo, o segmento de securitiza��o das d�vidas imobili�rias, ampliando o mercado secund�rio de receb�veis imobili�rios e criando, assim, um mercado adicional de oferta de cr�dito � moradia.
Fonte: O Estado de S�o Paulo
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