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Governo Federal vai criar comit� para devolu��o de res�duos s�lidos � ind�stria

No pr�ximo dia 17 de fevereiro ser� formalizada a cria��o do Comit� Orientador para Implanta��o de Sistemas de Log�stica Reversa, �rg�o previsto pela Pol�tica Nacional de Res�duos S�lidos (PNRS), regulamentada em 2010. Conforme o artigo 33 do regulamento, o comit� ser� formado pelos ministros da Agricultura, do Desenvolvimento, Ind�stria e Com�rcio Exterior, da Fazenda, da Sa�de e do Meio Ambiente.

O comit� dever� estabelecer par�metros para viabilizar a log�stica reversa de res�duos s�lidos no Pa�s. O processo consiste na coleta e restitui��o dos res�duos ao setor industrial, para reaproveitamento em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destina��o ambientalmente adequada.

Os segmentos que obrigatoriamente integrar�o o processo de log�stica reversa s�o os de agrot�xicos, eletroeletr�nicos e seus componentes, l�mpadas fluorescentes, �leos lubrificantes e seus res�duos e embalagens, pilhas e baterias e pneus. Mas, segundo o Minist�rio do Meio Ambiente (MMA), h� tamb�m a inten��o de regulamentar a log�stica reversa para embalagens.

Se os setores n�o chegarem a um acordo, o comit� editar� normas sobre a log�stica reversa dos materiais. Essas normas dever�o ser v�lidas para todo pa�s e ter�o a PNRS como base.

Na constru��o civil, as embalagens s�o colocadas em ca�ambas, juntamente com os res�duos oriundos da obra, dificultando a sua separa��o e futura reciclagem. Segundo �lcio Careli, diretor presidente da Obra Limpa, empresa de consultoria de gerenciamento de res�duos da constru��o civil, "a gest�o de res�duos no Pa�s ainda est� muito dispersa, sem exatid�o de quem � a responsabilidade pelo armazenamento e reciclagem do material". Com a PNRS, fabricantes, distribuidores, comerciantes e consumidores v�o compartilhar essa responsabilidade.

Confira entrevista com o consultor:

Existem atualmente empresas do setor que utilizam a log�stica reversa para embalagens?
Existem apenas a��es pontuais, como a de uma empresa de argamassa no Nordeste que recebia as embalagens de seu produto ap�s o uso. Mas o setor em si n�o conta com grandes a��es relacionadas � reciclagem das embalagens.

Como as construtoras, no �mbito da gest�o de res�duos, podem trabalhar para a instala��o da log�stica reversa de embalagens?
� necess�ria uma separa��o melhor j� nos canteiros de obra, evitando que o material que ir� ser reciclado se junte com outros entulhos. As embalagens acabam se misturando com res�duos perigosos e n�o-inertes, dificultando a sua reciclagem e afetando a qualidade do pr�prio aterro e correndo o risco de contaminar o espa�o.

Como a ind�stria da constru��o no geral pode agir para viabilizar a log�stica reversa?
O melhor modo para a instala��o da log�stica reversa no setor passa pela capacita��o t�cnica da rede de reciclagem j� existente. Como nem os fabricantes nem o canteiro de obras t�m como abrigar todo o material que for enviado, h� a necessidade de acordos com os aterros para a reciclagem das embalagens, que j� contam com a infraestrutura adequada para o armazenamento correto do material enviado. E isso pode ser estendido aos chamados Ecopontos, j� existentes em S�o Paulo, que s�o locais de entrega volunt�ria de pequenos volumes de entulho (at� 1 m�), grandes objetos e res�duos recicl�veis, atrav�s de um acordo com a prefeitura.

Como est� a gest�o de res�duos no Brasil atualmente?
Atualmente, o sistema est� muito disperso. A PNRS abre um novo horizonte nessa quest�o, na tentativa de alinhar a cadeia. Hoje em dia, a log�stica reversa depende de uma a��o volunt�ria espor�dica, sem ter um sistema formado. N�o � poss�vel pensar em um sistema ideal onde o res�duo sai da obra e volta para a f�brica, pois assim o modelo fica furado. Tem que passar por lugares que j� concentram res�duo.

Fonte: http://www.sebrae.com.br