Mercado imobili�rio de Natal � aquecido e diversif
Segundo mercado imobili�rio com o metro quadrado constru�do mais valorizado do Nordeste, perdendo apenas para Salvador, empatando com Fortaleza e ganhando do Recife, Natal vive, hoje, um dilema de crescimento. Os neg�cios super aquecidos, diante da crescente presen�a de investidores e consumidores estrangeiros, sugerem uma pergunta inc�moda: que espa�o restou para consumidor local?
Gradativamente, tracionada pela for�a econ�mica do Euro, essa expans�o - que h� tr�s anos ainda era vista como uma bolha, ou seja, coisa passageira - � respons�vel por neg�cios planet�rios, como o valor de R$ 4,5 mil o metro quadrado, em Ponta Negra.
Bairro onde a constru��o civil espera movimentar boa parte dos R$ 300 milh�es projetados de receita para este ano, com uma m�dia de 2 mil unidades consolidadas anualmente, Ponta Negra n�o deve circunscrever-se como uma exce��o � regra. Um grupo espanhol acaba de comprar 100 unidades de apartamentos, ao custo de R$ 1,6 mil o metro quadrado, pr�ximo ao Bairro Sat�lite, todos para comercializa��o na Europa, a quem estiver interessado em morar na Terra do Sol.
S�o apartamentos com aproximadamente 50 metros quadrados para um tipo de cidad�o que n�o pode ser qualificado como rico para os padr�es europeus, mas que goza de uma situa��o financeira privilegiada numa regi�o de baixo IDH - �ndice de Desenvolvimento Humano.
O presidente do Sinduscon, Silvio Bezerra, � de opini�o que ainda existem muitas op��es para o consumidor que n�o deseja submeter-se ao mercado ibero, que mostra sua for�a em grandes investimentos no interior do Estado, na compra de terras para a constru��o de resorts, clubes fechados ou condom�nios de casas de alto padr�o.
Em Tirol e Capim Macio, por exemplo, diz Bezerra, o pre�o m�dio do metro quadrado, ainda caro para um inexistente saneamento b�sico, despenca para R$ 1.400,00 a R$ 1.800,00. Outros bairros, como o Tirol, tamb�m figuram entre aqueles com ofertas mais condizentes com o padr�o financeiro do natalense de classe m�dia.
E � ai que o impasse come�a a se desenhar. Com pre�os superaquecidos em Ponta Negra, com tend�ncias a sangrar compradores para outros bairros da cidade, Natal vive a possibilidade de ser flagrada por exig�ncias de mercado nunca feitas antes para um para�so natural: o de uma infraestrutura de saneamento b�sico mais condizente com a performance financeira da constru��o civil.
Contemplando o fato de que, finalmente, existe um marco regulat�rio para o saneamento b�sico, que clareia as regras do jogo para as empresas concession�rias de �gua e esgoto, Silvio Bezerra acredita que no pr�ximo governo os investimentos precisar�o estar mais voltados para o saneamento b�sico. E vai mais longe: "PPs (Parcerias P�blico Privadas) devem ser feitas para reverter nossos n�meros baixos nesse setor".
Para o presidente do Sinduscon, a quest�o tem a ver com qualidade de vida, mas tamb�m com neg�cios. Afinal, o mesmo europeu que injeta euros na constru��o civil e patrocina um dos segmentos de maior capilaridade da economia, tamb�m � o agente da necessidade espelhada em suas pr�prias refer�ncias. "J� foi o tempo em que saneamento b�sico n�o dava voto; hoje est� provado que a popula��o sabe, reconhece e distingue a import�ncia desse item na sua qualidade de vida", afirma.
Corretores experientes como Roberto Peres, com 17 anos no ramo, concordam. "Saneamento b�sico � fundamental", mas faz uma ressalva: "Desde que seja feito pelo Poder P�blico, a quem cabe essa obriga��o". Para Silvio Bezerra, por�m, os empres�rios n�o podem perder tempo esperando o Poder P�blico: "Saneamento b�sico d� dinheiro e se a Caern percebesse isso a situa��o poderia ser bem diferente".
Com o texto de um Termos de Ajustamento de Conduta ainda nas m�os do promotor Jos� Augusto Perez, do Consumidor, que vai por um ponto final nas distor��es que favorecem vendedores e compradores, resta saber para onde caminhar� o mercado imobili�rio de Natal, cujo crescimento dos �ltimos 20 anos � considerado sem qualquer precedente na hist�ria do Brasil. Saber como focar�o os natalenses, assolados por uma ocupa��o ilegal de seus espa�os, tamb�m faz parte da pergunta.
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