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    Praia da Pipa

    De alguma maneira, assim como as pessoas, as praias tamb�m encontram suas voca��es. Quase sempre por acaso (assim como as pessoas, novamente), e algumas poucas vezes por planejamento e investimento.
    Quem conheceu a Praia da Pipa, no Rio Grande do Norte, h� dez anos, teria raz�es para supor que o futuro reservava a ela um lugar de discut�vel honra entre os balne�rios populares, daqueles repletos de guarda-s�is com logotipo de cervejas sobre as areias e hot�is populares avan�ando sobre as fal�sias. E n�o � que deu tudo errado! Ou certo, se voc� considerar que Pipa disse adeus ao caminho da farofa e sofisticou-se como raros destinos no Nordeste.
    Territ�rio de hot�is elegantes, restaurantes diferenciados, baladas - vejam s�! - sem forr�, Pipa foi adotada pelos viajantes estrangeiros como uma extens�o ultramarina da C�te D'Azur, na Fran�a, ou da Costa do Sol, na Espanha. Adotada, � pouco. Espanh�is, portugueses e outros europeus, literalmente, compraram as terras e as constru��es dos 13 quil�metros de litoral que comp�em uma poss�vel grande Pipa, sempre parte do munic�pio de Tibau do Sul. Era chegada a hora de mostrar esse fen�meno com detalhes. E � o que fizemos. Com a profundidade, a seriedade e o humor de sempre.

    A praia potiguar, a pouco mais de uma hora de Natal, tornou-se, sem favor nenhum, uma das mais sofisticadas do pa�s

    A Praia da Pipa tem mania de grandeza. Sua estreita rua principal, com cal�adas apertadas, ganhou o batismo grandiloq�ente de Avenida Ba�a dos Golfinhos. Que ningu�m nos ou�a: a tal ba�a n�o passa de enseada. Ainda mais ambiciosa � sua solit�ria casa de c�mbio. Chama-se Confidence e, para espanto dos incautos, trabalha n�o s� com as moedas mais negociadas, mas tamb�m com o franco su��o, o d�lar neozeland�s, o d�lar canadense e a coroa sueca (nada a ver com a atriz Britt Ekland). A prop�sito, houve uma s�frega tentativa de Pipa, frustrada, de cunhar moeda pr�pria, o garatuja�. Na pr�tica, serviria como pagamento simb�lico de palestras culturais, apoiadas pela USP. Veja bem, toda essa ousadia acontece numa praia que nem munic�pio �. N�o espalhe, mas Pipa pertence � al�ada de Tibau do Sul - eis o nome de sua vizinha resignada, escolhida pelo poder pol�tico mas preterida pela fama, essa ingrata.


    CHAPAD�O E LARIC�O


    A mania de grandeza de Pipa esnoba Tibau e vai al�m. Ela se evidencia nas imobili�rias, ao anunciar em euros seus lotes e condom�nios. Tamb�m se revela na m�sica. Bai�o? Xaxado? Coco? Esque�a a sanfona. Descarte a zabumba. Nenhum ritmo nordestino toca nos barulhentos bares Oz, Tribus e Farol da Pipa, que formam um tri�ngulo das bermudas - pois �, toda a mo�ada veste bermudas antes de caminhar de um botequim ao outro. A boate Calangos, por seu turno, s� abre a 1 da manh� e tamb�m trai o nome arretado. Sim, estamos no Rio Grande do Norte, mas os cabras donos dos bares abusam do baticum eletr�nico e, sobretudo, do reggae. � prov�vel que diversos turistas d'al�mmar voltem ao torr�o natal imaginando ter balan�ado o esqueleto na Jamaica do Sul. De certa maneira, procede. Aqui despontam o imponente acidente geogr�fico Chapad�o e seus desdobramentos nada acidentais: a loja Barat�o e a Galeria Laric�o. Talvez esse legado seja menos influ�ncia dos rastafaris; e muito mais heran�a dos hippies d'outrora e dos surfistas, seus primeiros forasteiros.

    Quer outra esquisitice beirando a emp�fia? Pois desfrute: a despeito de a popula��o se resumir a 9 000 almas - contando Tibau do Sul! -, � necess�rio digitar oito n�meros para fazer uma liga��o telef�nica local. Nada mau para quem, quinze anos atr�s, tinha um s� telefone, nenhum chuveiro el�trico e apenas tr�s ve�culos - dois deles das duas �nicas mercearias, ou melhor, "vendas" da �poca.
    Se os moradores ainda rareiam, Pipa quer desdenhar esse passado e gabar-se, em especial, de suas pousadas. S�o mesmo de parar o tr�nsito - o que, ali�s, ocorre nos fins de semana do ver�o, quando quadruplica o contingente de visitantes. Na melhor su�te da Sombra e �gua Fresca, por exemplo, o h�spede mergulha da cama direto numa piscina privativa, instalada dentro do quarto. Devido a esse e a outros atributos, a pousada recebeu as beldades Camila Pitanga, Louise Altenhofen, Mait� Proen�a, a Lei la do v�lei, Gisele B�ndchen e Caroline Bittencourt, todas tamb�m capazes de congestionar o tr�fego da via principal da vila. Gisele e Caroline, por sinal, t�m a assinatura estampada na parede da mesma su�te. Uma indiscri��o: se a primeira recebeu convite para autograf�-la, Caroline n�o foi chamada para a exposi��o. Pediu para entrar. Como teria feito em um certo cas�rio em solo franc�s.

    Ainda no f�rtil terreno das fofocas, ops!, das pousadas, registre-se a mais charmosa delas: a Toca da Coruja. Embora instalada em meio ao burburinho da espremida - v� l� - avenida, ela revela uma �rea verde t�o esparramada que, no lugar do baticum dos botequins, ouve-se o trinar de beija-flores, bemte-vis, lavadeiras e curru�ras, enquanto os sag�is zanzam de uma �rvore a outra. J� a Pousada Kilombo - bom, os donos preferem cham�-la de spa & villa - vista de fora parece um refor�ado e impessoal quartel, com guarita de sentinela e tudo o mais. No entanto, ultrapassado o vulgar port�o de entrada, o cen�rio � faustoso: as �nicas cinco su�tes ostentam tr�s andares, 280 metros quadrados e um mordomo exclusivo para cada uma. S� falta trajar libr�. A� j� seria abuso de frescura, ou ao menos de roupa, na can�cula nordestina.


    PRAIA DO AMOR E, DEPOIS, PRAIA DO MOLEQUE


    Antes que voc� considere Pipa, vamos no popular, metida a besta, vale a ressalva: no caso, a mania de grandeza � justific�vel ou, no m�nimo, compreens�vel. Sem favor nenhum, esse lugar (evitemos o humilhante voc�bulo lugarejo), 61 quil�metros abaixo (no bom sentido) de Natal, pode ser descrito como um caldeir�o, um resumo do melhor do Nordeste, embora seu litoral n�o avance al�m de 13 quil�metros - incluindo Tibau do Sul!
    Fa�amos a lista. Assim como Porto de Galinhas, Pipa tem shape para o surfe. Tal como Noronha, atrai levas de golfinhos. Semelhante a Arraial d'Ajuda, re�ne fal�sias abruptas. O rol de predicados continua: Pipa foi agraciada com os coqueiros de Macei�, as dunas de Natal, o ber��rio de tartarugas da Praia do Forte, a Mata Atl�ntica de Itacar� e os ventos para velejar de Jericoacoara. Some-se � receita uma pitada da beleza de cada rival. Precisa mais?

    Foram esses atributos que trouxeram a Pipa migrantes como o surfista Farm�cia, que na pia batismal em Santos ganhou o nome de Irvando Molina. Farm�cia chegou em 1979, encarando a antiga estrada de terra, informado de ondas perfeitas para sua prancha. De fato, elas existiam e persistem, sobretudo na Praia do Amor - � qual se segue a Praia do Moleque, corol�rio natural da primeira. Al�m das ondas, havia uma diminuta comunidade de pescadores e ro�as de subsist�ncia. Farm�cia gostou. Foi ficando. Ganhou a alcunha por ter trazido material de primeiros socorros, �til para as escoria��es dos pescadores.


    O ABC DA LITERATURA


    Em 1983, ele deu vivas � instala��o da luz el�trica. Come�ava o per�odo do �nico televisor do povoado, centralizado na pra�a como um ins�lito coreto eletr�nico. Naqueles idos, o hor�rio das telenovelas era sagrado. Nenhum marmanjo ousava mudar o canal do totem-aparelho. Eram tempos de um controle remot�ssimo: a tev� sem-par s� pegava a Rede Globo.
    Mal a luz el�trica come�ou a se espalhar pelas casinhas de taipa, Farm�cia teve a ilumina��o: disse sim ao convite de um casal de franceses para velejar fora do pa�s. Acabou morando dez anos no Caribe, hiato em que se esqueceu de comunicar-se com a fam�lia. Quando voltou ao Brasil, partiu direto para sua praia de cora��o. Imagine a cena: a irm� de Farm�cia - que, conformada, o havia dado como morto - estava em Pipa, por fruto do acaso. S�bito, topou com o mano fugidio. Reza o folclore, teve um ataque de nervos e baixou hospital. Felizmente, recuperou-se. Acabrunhado, Farm�cia confirma a hist�ria. Mas nega, sem veem�ncia, a parte do hospital.

    Outra moradora com hist�ria peculiar � a ga�cha C�ntia Junqueira. Ela tamb�m se entusiasmou por Pipa, ap�s doze anos peregrinando pela Europa. C�ntia, do mesmo modo, foi ficando, a despeito de, mais tarde, passar uma temporada distante de sua praia querida. Ao contr�rio de Farm�cia, sua sa�da foi compuls�ria. C�ntia se viu flagrada com 2.000 dr�geas de um preparado denominado Lysergs�urediathylamid pelo qu�mico Albert Hoffmann, no distante ano de 1938. De novo, vamos no popular: os comprimidos eram de LSD.

    Depois de trinta �cidos meses de c�rcere em Natal, C�ntia fez uma libertadora viagem - no sentido lato da palavra - para Pipa, onde, perto da praia e longe das drogas, abriu uma locadora de livros, a Book Shop. S�o 2.000 volumes (de livros, bem entendido), circundando um ponto de encontro onde a conversa � inteligente e a cerveja, gelada. No teto, C�ntia enforcou as obras que despreza, de autores da jaez de Paulo Coelho e Sidney Sheldon. Nos fins de semana, ela faz a cabe�a da gurizada, com o projeto Leitura na Pra�a. Sem receber nem um tost�o sequer - nem mesmo em garatuja�, aquela moeda de Pipa -, C�ntia ensina �s crian�as carentes o ABC da literatura.

    Muitos outros personagens mereceriam um perfil. Poucos como o recifense Tadeu Lubambo, 67 anos, oito casamentos, quatro ma�os de cigarros por dia, uma figura! Aventureiro, ele come�ou como aviador, cargo abandonado ap�s um looping sem �xito: o bico da aeronave mergulhou no mar. Depois desse malogro, Tadeu tornou-se um dos melhores fot�grafos do Brasil, embora Jaquito, seu rabugento patr�o na revista Manchete, o demitisse reiteradamente, por gastar tempo demais na feitura das reportagens. Ao voltar de cada uma, todavia, a qualidade dos retratos era de tal ordem que Tadeu passava no departamento pessoal para assinar novo contrato. E ria, cofiando as longas barbas, que hoje o assemelham a d. Pedro II.

    A mesma qualidade das fotos ele imprime em seu bistr�, o Camamo. Abramos par�nteses: por ironia, a casa foi instalada em Tibau do Sul, munic�pio que, assim como aquela aeronave de Tadeu, tamb�m foi inundado. O acidente ocorreu em 1924, quando Tibau (fundada por jesu�tas no s�culo anterior) viu, abismada, a Lagoa Guaja�ras encontrar o mar e duplicar de tamanho. Os windsurfistas de hoje n�o sabem dessa hist�ria, mas aproveitam a conseq��ncia. Bem, fechemos o par�ntese e voltemos a Tadeu, que h� de perdoar a interrup��o, pois, da mesma maneira, costuma tergiversar em suas conversas.

    O chef n�o indultar�, por�m, quem trate o Camamo por restaurante. Ele prefere "ritual ex�tico gastron�mico". Mania de grandeza? Talvez, mas o Camamo representa, de fato, um outro conceito para os gourmets. Seus oito comensais - n�mero-limite por noite - s�o recebidos no casar�o avarandado, iluminado por 300 velas. O ritual segue com Tadeu mostrando os objetos recolhidos pelo mundo. Ato cont�nuo, ele serve seis pratos-surpresa. As iguarias enveredam por cria��es como ostras levemente gratinadas, com suave manteiga de alho, licor Cointreau e manjeric�o.

    O desembarque de Tadeu - ex-dono do Beijupir�, de Porto de Galinhas - aconteceu em uma outra etapa de Pipa, aquela em que a praia passou a receber estrangeiros endinheirados. N�o eram mais hippies argentinos cantando Charly Garc�a, o Raul Seixas deles. Tampouco mochileiros alem�es, como o folcl�rico Yahoo, propriet�rio de um boteco da Praia das Minas. Na nova safra, desembarcaram portugueses. A eles foram acrescidos suecos, noruegueses, dinamarqueses, holandeses. O maior quinh�o � hoje de espanh�is, que, embevecidos, v�o comprando o primeiro terreno que v�em diante do mar. Segundo a Infraero, 117531 estrangeiros desembarcaram, de janeiro a junho deste ano, no aeroporto de Natal.
    Poucos desses europeus parecem se importar com uma das dificuldades de Pipa: com exce��o da praia central e da Ponta do Pirambu - em Tibau do Sul, onde est� instalado o mais elegante e completo day use do pa�s -, todas as demais praias exigem do visitante atitude, �nimo e preparo f�sico. Para chegar a elas � preciso encarar �ngremes escadarias, que desiludem mortais da dita idade provecta.

    De qualquer maneira, o desembarque dos europeus criou a demanda por restaurantes de culin�ria tamb�m internacional. Entre eles, o franc�s Papillon, o lusitano Cruzeiro do Pescador e o tailand�s Beach Club. Eta mania de grandeza! A chegada dos gringos - incluindo a brit�nica Sarah Ferguson - tamb�m soergueu dos verdes mares potiguares a vida de gente como Dami�o C�ndido Santana e o casal Lucas Ferreira e Nicole Kondo.
    H� quatro anos, Dami�o percorria a Praia do Madeiro oferecendo petiscos e bebidas, levados em uma tosca carro�a puxada pelo jegue Barril. Deu sorte. Hoje, acena com bons frutos do mar na mesma praia, em uma barraca t�o extensa a ponto de empregar catorze funcion�rios. Grato, Dami�o n�o se esqueceu do velho Barril, hoje aposentado em seu quintal. Em homenagem � galhardia do intr�pido jumento, deu � barraca o nome de Bar do Jegue.


    DE SANDUBA EM SANDUBA


    Tamb�m foi andando pela praia que os paulistas Lucas e Nicole come�aram as economias. Vendiam sandu�ches naturais. Era o jeito, depois de terem sido roubados em Canoa Quebrada, no Cear�. De sanduba em sanduba, amealharam o suficiente para abrir uma portinha no centro da vila e servir pratos feitos. Agora, s�o propriet�rios do Tapas, reconhecido com justi�a um dos melhores restaurantes de Pipa. Prove o atum com crosta de gergelim. E comprove.
    Se criou demandas e consertou or�amentos, o descontrolado desenvolvimento tamb�m suscitou revezes. A institui��o dos flanelinhas, por exemplo. Pior: de olho inescrupuloso nos lucros, houve quem constru�sse condom�nios com 10 metros de altura, desrespeitando a lei que estabelece o limite em 7,5 metros. Por a��o de uma confraria de pipenses, esse empreendedor de m�-f� foi obrigado a cortar as pontas de seus pr�dios depois de erguidos. Como se fossem fatias de p�o. Mas j� h� quem se atreva a construir sobre as fal�sias, manifesta agress�o � paisagem.

    Outro rev�s foi a dissemina��o dos euros, inflacionando a vila. Alguns bares elegantes vendem cafezinho pelo equivalente a 1 euro. Nenhuma mania de grandeza; apenas uma adequa��o � lei da oferta e procura. Vitimados pela infla��o, diversos moradores viram-se obrigados a mudar para cada vez mais longe. Fazer o que com a alta dos alugu�is? Enquanto isso, um taxista chora por ter trocado h� alguns anos seu terreno, hoje avaliado em 1 milh�o de reais, por dois aparelhos de som e uma geladeira.
    Ele n�o conseguiu presumir. Mas, a julgar pela beleza de Pipa e sua proximidade de Natal, era batata adivinhar o desenrolar do desenvolvimento. T�o �bvio como apostar que um Maia suceder� um Alves no governo do Rio Grande do Norte. Ou vice-versa. A sa�da - ao p� da letra - dos moradores agora � seguir para o sul de Pipa.
    Rumo que voc� tamb�m dever� tomar se pretende ver praias mais desertas, jangadas sem propaganda nas velas e coqueirais sem-fim. Al�m de atravessar rios em balsas r�sticas ou at� em balsas artesanais, com espa�o para abrigar somente um carro. Uma jornada por um Nordeste ainda com mania de pobreza.

    N�o se esque�a de requerer uma parada para admirar a Ba�a Formosa - uma ba�a de verdade, fazendo jus ao nome - e outra para um trago em Sagi. Perdido nesse que � o vilarejo mais ao sul do Estado, a 45 quil�metros de Pipa, floresceu o restaurante Ombak, onde est�o � escolha 200 marcas de cacha�a.
    Para fazer esse trajeto, ser� imprescind�vel chamar um bugueiro. Carros de passeio n�o resistem ao caminho por praias, dunas e estradas escarpadas. Existem cinq�enta bugueiros em Pipa. Mas, antes de contratar um deles saiba que o Sol d� as caras muito cedo na regi�o. No ver�o, �s 4h30 da matina, enquanto a turma ainda sacoleja na boate Calangos. Como conseq��ncia desse h�bito madrugador, tamb�m se p�e prematuramente. �s 17 h, j� bateu em retirada, quando o tri�ngulo das bermudas ainda nem sonha reunir a galerinha.

    Outra informa��o essencial para todo e qualquer passeio em Pipa ou seus arredores � a t�bua de mar�s. N�o esque�a, de maneira alguma. Em tempo recorde, d�-se o imperd�vel espet�culo: as poderosas mar�s s�o capazes de cobrir ou descortinar as praias. Por aqui, at� elas t�m mania de grandeza.

    Fonte: Revista Pr�xima Viagem

 

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