Em vez de tijolos, papel
O mercado imobili�rio brasileiro vive seu melhor momento em d�cadas. Capitalizadas depois de uma s�rie bem-sucedida de aberturas de capital, as construtoras v�m erguendo dezenas de novos empreendimentos -- estima-se um crescimento de 30% no total de lan�amentos para este ano. "Havia d�cadas que esper�vamos por um momento t�o positivo para o setor", diz Daniel Citron, presidente no Brasil da incorporadora americana Tishman Speyer. Para o investidor, essa pujan�a significa que � hora de aplicar em im�veis. As novidades do setor est�o sendo acompanhadas por inova��es tamb�m no mundo dos investimentos. Nunca o poupador teve � disposi��o tantas alternativas financeiras para aplicar em im�veis -- sem ter de desembolsar algumas centenas de milhares de reais para comprar casas, apartamentos ou conjuntos de escrit�rios.
A partir de 1 000 reais, � poss�vel aplicar em fundos imobili�rios -- carteiras que investem em neg�cios como shopping centers ou pr�dios de escrit�rios. Quem tem 20 000 reais dispon�veis para esse tipo de aplica��o pode comprar Letras de Cr�dito Imobili�rio (LCI) e Letras Hipotec�rias (LH). Com 100 000 reais � poss�vel aplicar em Fundos de Investimento em Participa��es (FIPs) e Certificados de Receb�veis Imobili�rios (CRIs). Com a queda dos juros b�sicos, esses produtos passaram a ter uma rentabilidade interessante na compara��o com outras aplica��es financeiras. Al�m disso, alguns desses fundos e pap�is ganharam vantagens tribut�rias nos �ltimos anos -- os rendimentos ficaram isentos de imposto de renda para pessoas f�sicas. "Quem souber escolher bons produtos vai conseguir retornos bem mais atraentes que a renda fixa", diz Sergio Galv�o Bueno, consultor da LLA Investimentos, de S�o Paulo.
A op��o mais popular � o fundo imobili�rio. Dispon�vel para pessoas f�sicas desde 1999, trata-se de um produto financeiro em que a rentabilidade depende dos resultados obtidos pelo empreendimento. O retorno pode estar atrelado, por exemplo, ao aluguel de um pr�dio de escrit�rios ou �s vendas de lojas de um shopping center. "Por isso, s� lucra quem seleciona im�veis de sucesso", diz Walter Cardoso, presidente no Brasil da CB Richard Ellis, uma das maiores consultorias imobili�rias do mundo. "A tarefa � trabalhosa para quem n�o � do ramo, mas, se o investidor seguir algumas recomenda��es b�sicas, pode conseguir fazer uma boa aplica��o."
O PRIMEIRO CONSELHO para quem se decidir pelos fundos � escolher um produto que tenha mais de uma fonte de receita -- pode ser um edif�cio comercial que tenha v�rios inquilinos, um shopping com um grande n�mero de lojas ou um fundo que aplique num grupo de im�veis. "Dessa forma, o risco � pulverizado, porque problemas localizados comprometem s� parte da rentabilidade", diz S�rgio Belleza Filho, respons�vel pela �rea imobili�ria da corretora paulista Coinvalores. Um exemplo � o fundo da gestora de recursos paulista Hedging-Griffo. Lan�ado no fim de 2006, ele investe em dois shopping centers -- o Plaza Sul, localizado na cidade de S�o Paulo, e o Tivoli, em Santa B�rbara do Oeste, no interior paulista. Outro conselho � tentar avaliar os resultados dos im�veis que fazem parte do fundo. "Se for um pr�dio de escrit�rios, procure descobrir se est� inteiramente alugado. Se for um shopping, veja se est� bem localizado, se h� muita concorr�ncia na regi�o", diz Cardoso, da Richard Ellis. Tamb�m ajuda olhar a rentabilidade passada das carteiras.
Antes de embarcar nos investimentos atrelados ao mercado imobili�rio, no entanto, o investidor deve se preparar para a falta de liquidez caracter�stica desse setor. "� mais f�cil vender ativos financeiros atrelados a im�veis, como fundos e t�tulos, do que uma casa ou apartamento. Mas esses pap�is s�o menos l�quidos do que os de outras aplica��es financeiras", diz Luiz Eug�nio Figueiredo, diretor da gestora de recursos carioca Rio Bravo. Isso significa que o investidor pode demorar dias para conseguir comprar ou vender um CRI ou uma cota de fundo. "Por isso, quem opta por esse tipo de investimento deve ter uma mentalidade de m�dio e longo prazo. Hoje existe recompensa financeira para isso", diz Figueiredo. Nos Fundos de Investimento em Participa��es, por exemplo, o dinheiro s� pode ser sacado no vencimento, o que em geral leva de tr�s a cinco anos. O limite � compensado nos rendimentos, que podem chegar a 25% ao ano. O mercado de fundos e pap�is privados vai acompanhar o ritmo de crescimento dos canteiros de obra.
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